sábado, 6 de fevereiro de 2021

Ela não é linda?

"Ela é tão graciosa e delicada quanto um coelhinho branco. Pode vestir-se de sedas e rendas e seu cabelo recender a água de colônia. Pode mesmo parecer uma bonequinha. Mas com toda a sua feminilidade, suaves maneirismos e graça encantadora, essa moça fica muito à vontade de calças compridas, que por sinal lhe vão muito bem. Seus processos mentais se desenvolvem com uma lógica masculina e podem equiparar-se aos de um homem em qualquer discussão. Podem mesmo, em certas ocasiões, ultrapassá-los, embora o lado feminino dela tenha sido bastante esperto para permitir que eu o percebesse até que a lua-de-mel tivesse passado. Ela mostra aquele sorriso insuportavelmente delicioso a cada três frases que diz, e sempre me convence com uma lógica pura e clara. Não perco muito – exceto meu orgulho, mas mal percebo isso diante do feitiço do seu gentil sorriso. A maioria de suas opiniões é apresentada com tato diplomático, o que de certo modo atenua o golpe. Ela nada mais é do que justa e empenhada em julgar tudo equilibradamente. Tudo para ela acaba em seis de um lado e meia dúzia do outro. Já trabalhava antes do casamento, e trabalha muito mais depois. Ela busca o dinheiro pelas coisas encantadoras que ele pode comprar. Mas se há alguma coisa que ela guarda com mais cuidado do que tudo neste mundo temporal, é o homem que ela escolheu para amar, honrar e administrar. Quer participar do maior número possível de seus interesses e atividades. É altamente intelectual e possui um espantoso poder de análise, muito útil para resolver problemas de negócios. Raramente permite que as emoções a impeçam de tomar uma decisão imparcial ou de fazer um julgamento equilibrado, e em geral pode dar consehos melhores do que o gerente do banco. Sua mão de ferro calça uma luva de veludo macia, e é capaz de me tirar do caminho errado e me colocar no certo com tanta delicadeza que eu juro que a ideia de me desviar foi inteiramente minha. Ela jamais abre minhas correspondências, simplesmente não lhe ocorre proceder tão indignamente. É tão sentimental e romântica como uma renda antiga, e num jantar eu sempre posso contar com guardanapos de pano, flores na mesa, castiçais com velas, vinho, música suave e um cardápio equilibrado. Ser mulher, para ela, é uma ocupação vital e está determinada a chegar à perfeição. Ela gosta de falar, mas sabe ser uma ouvinte lisongeira quando alguém precisa de audiência. Essa criaturinha feminil é feita de nove partes de aço. Quando há uma emergência na família é ela que impede o barco de adernar. Ninguém como eu sabe o quanto preciso da mão dela firma no leme quando o mar fica picado. E ela não se gaba disso, nem tira nada de mim – exceto uma grande parte da responsabilidade. Além disso fica muito bonitinha mesmo quando usa calças compridas para cuidar das suas plantas ou ir ao supermercado. Ama nossas filhas e cuida delas ternamente, mas, com toda a sinceridade, eu venho na frente, em primeiro lugar. Elas são as sócias mais jovens do empreendimento, mas eu sou o presidente e ela jamais esquece esse fato fundamental. Elas têm um grande pedaço do seu coração, mas ela nunca permitirá que roubem o canto que me deu antes delas chegarem. Como mãe é meiga, embora bastante firme quando preciso. Em certos momentos é um pouco mandona, e em outros fala demais. Mas isso só ocorre quando os pratos da balança emocional estão temporariamente desequilibrados. Se um deles está um pouco abaixo, acrescento um pouco de afeto e ele volta a subir. Se o outro desce sob o peso de uma tristeza, é só aliviá-lo com um pouco de compreensão e a harmonia volta a se restaurar…“ Esta é a melhor descrição que já vi sobre a minha querida Rose de Almeida. E não fui eu que escrevi tudo isso sobre ela. Foi a Linda Goodman, astróloga e poetisa americana, em seu best seller "Seu Futuro Astrológico", no capítulo sobre a "mulher de Libra". A única coisa que eu fiz foi transcrever "ipsis literis" o texto dela. Às vezes acho que a Linda a conheceu antes de escrever esse livro.

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