segunda-feira, 4 de abril de 2011

A árvore

É justamente no efêmero que se percebe o que é duradouro
É na surpresa da tragédia que se abrem os olhos
E nos olhos fechados que se revela a alma
Nas feridas da carne desfruta-se o sabor da vida

Na falta de palavras os verdadeiros significados
Na solidão de uma cama o calor de um abraço
Na saudade vindoura a tristeza da perda eminente
A maior limitação imposta ao homem é a impotência

É ela que separa o que é divino e o que é humano,
a linha divisória entre o que somos e o que gostaríamos de ser
A lição mais dura e a mais importante de se aprender
Com um olhar desaprendi tudo que achava que tinha aprendido

Todos os medos, desejos, teorias, alegrias, tristezas, conceitos e
pré-conceitos foram derrubados, humilhados e esquecidos.
Com apenas um olhar me apequenei

Quer saber onde mora Deus?
Mora nos olhos de um enfermo.

Paulo Cruz