sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
A coisa tá esquentando.
Conhece a história do sapo que morre na panela, porque aos poucos vai se acostumando com o calorzinho aumentando e não percebe que a água ferve?
Acho que na questão da poluição, do lixo e da displicência com a preservação do meio ambiente, nosso destino pode ser o mesmo do sapo.
“Qual o problema eu sair da padaria com um saquinho plástico?” Repare: geralmente não é um, são três: um para o pão, outro para o leite e mais um para o presunto e o queijo. Precisa? Use uma sacola retornável de pano.
“O que é que eu posso fazer se quase tudo que vende no supermercado agora vem em embalagem pet?” Dê preferência a produtos embalados em latas ou vidros – materiais menos agressivos e 100% recicláveis.
“Em São Paulo não dá pra andar sem carro!” Não percebeu ainda que o que menos "anda" em São Paulo é justamente o carro? Dá pra andar mais a pé do que você anda, dá usar o ônibus, o metrô ou o trem em alguns horários e trajetos, dá pra pegar um taxi e ainda economizar o estacionamento, dá pra ir de bicicleta dependendo do destino...
“Em menos de 5 minutos não dá pra tomar um banho decente!” Sem comentários.
O nosso modelito de desenvolvimento criou muitos hábitos – e algumas aberrações – dos quais não nos damos conta, mas que revelam uma irracionalidade sem fim.
Por exemplo, achando que chegamos ao auge da sofisticação do consumo, você pode acabar levando pra casa meia dúzia de fatias de queijo embaladas uma a uma, como eu fiz esta semana. Meu Deus! pode haver coisa mais maluca do que fatias de queijo embaladas uma a uma, todas na sua exclusiva “roupitcha” de plástico?
Lá em casa, quando comecei a separar o lixo orgânico do outro, levei um susto: no final de um dia normal a família tinha enchido um saco de 50 litros. Saquinhos plásticos de todos os tipos e tamanhos, garrafas de refrigerante, garrafas de suco, embalagens de comida, de sabonete, de pasta de dente, bandejas de isopor, caixa de pizza, sacolas de lojas, papéis de todo tipo.
É...a coisa tá esquentando. E daqui a pouco não vai mais dar para pular fora da panela.
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