domingo, 19 de setembro de 2010

É muito pra cabeça!


Ontem ao sair para o supermercado minha filha pediu: "Pai, traz um shampoo pra mim. Cabelo oleoso, tá?"

Depois de duas horas no super – eu demoro mesmo, vejo data de validade, leio tabela nutricional, analiso a embalagem, comparo preço, neura de consumidor publicitário – e já com o carrinho cheio na fila do caixa, lembrei que tinha esquecido o shampoo. Avisei a moça "vou pegar uma coisinha ali e já volto."

No corredor de higiene pessoal meus olhos percorreram a prateleira dos shampoos...cabelos oleosos...cabelos oleosos...cabelos oleosos... Ué, não fazem mais shampoo pra cabelos oleosos?

Bem, o jeito é levar outro. Mas, qual? Vejamos, seria o caso de um S.O.S. Reconstrução Estrutural? Deus do céu!!! S.O.S. Reconstrução Estrutural parece título de campanha de ajuda às vítimas do furação katrina. Não, acho que o cabelo dela não está assim tão prejudicado. Vejamos esse aqui: Liso Extremo? Também não, de criança ela tinha até cachinhos, definitivamente não é liso extremo. Cachos Comportados? Hmmm, teria de perguntar "filha, seu cabelo tem obedecido ultimamente ou anda malcriado?" E este: Anti-Armado. Pensei, o que seria exatamente um cabelo anti-armado. Seria o mesmo que liso extremo, mas pertencente a outra facção?


Lembrei do carrinho na fila. Acelerei a busca: shampoo Anti-Envelhecimento...não, ela é quase uma criança ainda. Dano Acumulado? Nem tentei raciocinar. Cabelos indisciplinados? Tenho a impressão de que já passei por aqui...não, o outro era cachos comportados, tou ficando zonzo. Anti-frizz, Cachos Rebeldes, Loiros Indefinidos, Pretos Luminosos...socooooorrrrroooo!



Voltei pro caixa sob o olhar recriminatório dos meus companheiros de fila e comecei a passar as compras. Frustrado e me sentindo um incompetente – imagina isso, um pai que não consegue comprar um simples frasco de shampoo pra filha.

Velhos tempos em que a única dúvida possivel era saber qual o seu tipo de cabelo: seco, normal ou oleoso. É muita segmentação pra minha cabeça.

9 comentários:

Carol Locci disse...

hahahaha Para tentar ajudá-lo e talvez a ela também: Quando pedir ou lhe for solicitado algum produto do mercado informe e/ou pergunte a marca e a cor da embalagem dos produtos que você já sabe que são bons para você por exemplo, eu uso o Seda de embalagem laranja (apesar de não saber pra que ele serve, serve para o meu cabelo) ou Pantene de tampa azul escura, entre outros. Acontece o mesmo se preciso comprar desodorante para os meus irmãos. Eles usam AXE e você não faz ideia de quantos perfumes, modelos e propósitos existem, então vamos sempre pela cor!

Rodrigo Menezes disse...

Veja só o comentário da Carol Locci (acima). Caso típico de overdose de marketing.

Anônimo disse...

Resumindo....Pai, quer dizer que você não comprou meu shampoo, é isso!? Ninguém merece....rsrsrsrs

Anônimo disse...

Por causa disso, meus cabelos ficarão totalmente desestruturados, extremamente rebeldes, indisciplinados, se armarão com bombas de última geração e se juntarão ao PCC (Puta Cabelo do Caral...) no próximo ataque!

Celi Ramos disse...

E quando o xampu era um só pra família toda? Como pudemos (nós, não, nossos cabelos) sobreviver a tanta displicência cosmética? E as nossas individualidades, onde ficavam? Só sei que tinha xampu de ovo, abacate, lanolina e não sei mais o quê. Mas o creme rinse (tá rindo do que? creme rinse, sim), era sempre cor-de-rosa e vinha em embalagem de meio litro. E pra quem queria brilho extra, sabão de coco! O cabelo ficava brilhante, mas lembrava aquela piada racista que todo mundo conhece: ou tá armado ou tá preso.

Sandracury disse...

essa foi boa mesmo.....

Unknown disse...

hahahha, qual a filha que ficou com o cabelo sujo???? Bjs Rosana

Graça Craidy disse...

;-))) Cascao querido, adorei essa tua historinha da vida real! Delicia de narrativa, delicia de percepçao.

Sandra Liguori disse...

A-D-O-R-E-I tio! Kkkkkkk Confesso que até eu me perco com tantas opções!! Bjs